Autocuidado
Autocobrança e Desânimo: Quando sua Mente Está Pedindo Pausa

Andressa Backmann
20 de out. de 2025
5 min read
Você já se pegou acordando sem energia, olhando para a agenda e pensando: “Eu não dou mais conta”?
E logo depois vem a culpa, a sensação de que você deveria estar fazendo mais, rendendo mais, sendo mais.
Talvez o que você esteja chamando de desânimo não seja falta de força, e sim a forma que sua mente encontrou para dizer:
“Eu não aguento mais esse ritmo.”
Neste texto, quero te ajudar a entender o que está por trás da autocobrança excessiva, como ela afeta sua saúde mental e por que aprender a se acolher pode ser o primeiro passo para recuperar sua energia e seu equilíbrio emocional.
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O que é autocobrança e por que ela existe
A autocobrança nasce como uma voz interna que tenta nos impulsionar:
“Faça melhor”, “Você consegue”, “Dê seu máximo”.
Ela é, de certa forma, um mecanismo que nos ajuda a evoluir.
Mas, quando essa voz ganha força demais, ela deixa de ser incentivo e se transforma em pressão constante.
Autocobrança saudável: te impulsiona e está alinhada com seus valores e limites.
Autocobrança excessiva: desconsidera seu corpo, seu tempo emocional e suas necessidades.
É aí que começam os primeiros sinais de desgaste.
Quando a autocobrança passa do limite
Os sintomas de que a autocobrança se tornou excessiva costumam ser silenciosos:
sensação persistente de insuficiência
dificuldade de descansar sem culpa
pensamento constante de “preciso fazer mais”
cobrança por perfeição
comparação com outras pessoas
desgaste emocional e mental
queda na autoestima
E então, quando o corpo e a mente chegam ao limite, aparece aquele desânimo que você interpreta como fracasso quando, na verdade, é proteção.
Desânimo não é preguiça — é um pedido de pausa
Quando estamos há muito tempo em modo “alerta”, tentando performar, corresponder, entregar e atender expectativas, o organismo reage.
E uma das formas dessa reação é justamente a queda de energia. Não é falta de vontade. Não é falta de força. É limite.
É a mente dizendo:
“Eu preciso respirar.”
Mas, como vivemos em um ambiente que valoriza produtividade acima de tudo, ficamos chocadas quando o corpo pede descanso e a culpa aparece imediatamente:
“Todo mundo dá conta, menos eu.”
“Eu deveria estar produzindo.”
“Eu não posso parar agora.”
Essa culpa só aumenta o ciclo de exaustão.
Autocobrança excessiva enfraquece a autoestima
Com o tempo, essa autocobrança constante vai minando sua confiança.
Você começa a duvidar da própria capacidade, a achar que nunca é suficiente, que nunca está fazendo o bastante.
Aquela voz que deveria impulsionar vira uma prisão invisível dentro da sua cabeça.
E para muitas mulheres do mundo corporativo que lidam com alta performance, prazos, liderança, múltiplos papéis e expectativas sociais, essa prisão emocional fica ainda mais apertada.
O que talvez falte não é esforço — é gentileza consigo mesma
Você não precisa provar nada o tempo todo.
Você não precisa funcionar como uma máquina.
Você não precisa carregar expectativas impossíveis.
Talvez o que esteja faltando não seja mais trabalho, mais foco ou mais entrega.
Talvez seja:
descansar sem culpa,
se permitir errar sem se punir,
se acolher quando estiver cansada,
reconhecer que você é humana,
criar espaços de pausa para respirar.
É nesses pequenos intervalos que a energia se reorganiza.
E é neles que nasce a vontade genuína de seguir.
Por que falar sobre isso importa (e como isso afeta sua carreira)
No ambiente profissional, especialmente entre mulheres que já carregam múltiplas jornadas, a autocobrança costuma aparecer mascarada de responsabilidade, comprometimento ou “força”.
Mas a verdade é que:
desempenho melhora quando há equilíbrio,
criatividade surge no descanso,
comunicação fica mais clara quando não estamos exaustas,
autoconfiança cresce quando nos tratamos com respeito,
decisões ficam mais assertivas quando a mente está leve.
Cuidar da saúde emocional não é luxo, é estratégia de vida e de carreira.
Se fizer sentido para você…
O caminho para reduzir a autocobrança passa por autoconhecimento, compreensão das próprias necessidades, ampliação da consciência emocional e criação de hábitos mais compassivos.
Esse é exatamente o trabalho que desenvolvo com minhas pacientes e na mentoria de carreira, combinando:
Psicologia Humanista
Saúde mental no trabalho
Inteligência emocional
Desenvolvimento profissional

